Quando o Leblon ainda era uma Província!!!

Pra começar...uma rapidinho: na vitória da Copa de 1970, contra a Itália, eu era um dos milhares de exaltados foliões da Rua Bartolomeu Mitre, no ponto em frente ao Restaurante Antonio´s. Tinha seis anos e já morava no Leblon desde 1966. 
A introdução é para situar os leitores...de como era o Leblon do meu tempo de menino.
Morava na Rua Venâncio Flores, esquina de Dias Ferreira. 
O prédio tinha uma loja de secos & molhados na entrada, conduzido pelo famoso dono de lápis na orelha, sandálias havaianas e camiseta...com aquele suvacão a 'mostraire' os pelos. Era...para mim...um gigante mau humorado...mas com um coração de ouro. Ele cuidava da gente e podia dar o paradeiro de quase todos...em tempo real.
Circulávamos pelo quarteirão até a padaria Rio Lisboa, depois o Kurt, e seguíamos para encontrar o Talho Capixaba e o Clube Leblon. 
Uma volta no quarteirão deveria equivaler a um pulo de 'bangejumping'...muita adrenalina naquele meu corpinho roliço de picolés Kibon e caramelos de leite.
O Leblon, de onde acabo de chegar, era um vilarejo de praia...onde as toalhas estendidas na areia podiam ser compartilhadas por grupos de famílias.
Hoje é tudo diferente.
Seu terreno orgulha-se de registrar no caixa o metro quadrado mais caro do Rio...apartamentos vendidos na casa dos milhões...e fica a impressão que só bacana usa suas avenidas...para desfilar carrões de seis dígitos.
Andei com calma, lembrando do mendigo, que continua exercendo sua atividade de mendigagem...e não sabe que eu, SOU EU...aquele gordinho que passava voando na bicicleta do 'speed racer'!!!