Sunday, February 6, 2011

Deu água!!!

Parti feroz, mas voltei manso...
Bar Luiz, fechado.
Na mesma 'Rua Carioca', outro 'clássico'...Bar Brasil. FECHADO.
Dois tiros, duas vezes água.
Com apenas 37 dias de 2011 e já pagara 'o mico' dos 328 dias ainda por vir...

- Seu carro larga dos boxes, informou o comissário de prova!!!

Sem mais opções, enxergamos de longe o 'Nova Capela', outro reduto dos 'Clássicos'. Para alguns, mais importante do que outros, pela cultura buteco/restaurante dos imigrantes de dias mais esperançosos.
Estacionamos às 16:00 hs.
Mesas tomadas.
Gente de outras gerações...cariocas, que amam o Rio...e que viviam ali reencontros de muitos Rios, da cidade que ficou perdida nas calçadas que sumiram e nos sobrados destruídos. Me deu vontade de aplaudir aquelas pessoas...dar as honras de verdadeiros membros da 'vida que restou'.
Mesas grandes, cabelos grisalhos, gente com vontade de viver mais 100 anos, enroscados em suas bandeiras pessoais. Todos ali tinham histórias...inclusive eu.
Meu primeiro contato foi com um garçom que vende a praça...é como um guardador de carros educado...fica sinalizando de longe, tentando mostrar onde sentar seu 'touche'.
Um cavalheiro sente anseio, piedade e respeito...tudo acontecendo já com um chopp na mão...porque de bobo...só o cavalheiro.
Mulher e filho chegam em seguida. Com a velocidade de um ás da bandeja, ele já vende alguma coisa a mais...fico meio aturdido...será que peço pastel, bolinho ou uma música de Sílvio Caldas???

A bandeja de pastéis chega mais rápido do que meu segundo chopp. São 10 unidades na porção.
Por respeito a tanta tradição, não vou mostrar a foto.
Estavam tostados, escuros do óleo velho e banhados em muita gordura.
Com um desejo de ser feliz, mesmo prevendo o desastre, cai matando.
Cadê o camarão...mas cadê o camarão...olhava incrédulo para aquela coisa meio aquosa que saia pelas bordas da camada grossa de massa. Agora fiquei realmente emocionado...mas com pena de mim, que ia ingerir aquela mistura de caldo com massa frita chamada 'pastel'...
O terceiro chopp levou minha esperança de um domingo de Bar Luiz...quase triste e remoído, aceitei o bolinho de bacalhau. A sugestão do nosso 'praça' foi o famoso cabrito da casa. Minha mulher fez um olhar de 'CABRITO NUNCA'...ENTÃO, passamos a segunda melhor sugestão: arroz de polvo.
Um chopp a mais...na velocidade de quem está a um metro da torneira...e pronto: bolinho e arroz pousaram na mesma pista do aeroporto.
Sem saber se olhava a maçaroca do arroz pré-preparado 11:00 hs da manhã, ou se comia o bolinho, coloquei os dois, lado-a-lado.
O prato estava feio como a primeira refeição feita por um colegial...mas nem tudo que é feio é ruim...pelo menos sonhava!!! O JOGO PODE VIRAR!!!
O bolinho estava crocante como poucos e macio como um sonho de primeira nevasca.
Quente e esfumaçante...bem molhadinho no azeite de algum lugar afastado, onde o que menos importa é se azeite ou óleo é...
Já aquela mistura de arroz com polvo estava o que esperava...bem melhor às 12:30 que às 16:30!!!
Só mais um chopp...por reserva de cota...e para dizer que fui, um strudel com chantilly.

Eu não volto...mas vou lembrar de muita coisa deste dia...afinal...o chantilly, o bolinho e o garçom valeram a crônica.
Como sei que aqui nada vai mudar...fica meu desejo que num outro dia encontre o meu Bar Luiz aberto....

Nota? Vocês é que dão!!!

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