...como ainda uso roupas, tenho que me valer do serviço tradicional da casa.
Era domingo, ali pelas 15:00hs...pico do movimento de um restaurante desse nível.
Cheguei desacompanhado...queria ver a reação das pessoas.
Fui recebido com uma dose de simpatia regulamentar, nem mais nem menos.
A recepcionista me conduziu para uma mesinha da recepção/bar. Pedi a carta de vinhos.
Aceitei uma garrafa de água sem gás e passei bons 5 minutos examinando - detalhadamente - a boa oferta de rótulos.
A carta de vinho tem tipos e preços para todos os gostos.
Deveria lamentar...que entre meu gosto e meu bolso...haja uma distância tão desproporcional, mas não sou dado a estas mundanidades.
Fui num português de nome bem sugestivo: Chaminé.
Uma tradição milenar do Antiquarius é o couvert.
Olhei o preço...R$ 19,00 por pessoa.
Achei correto...e me preparei para o 'grande' couvert do famoso Antiquarius.
Já estava acomodado quando couvert e bolinhos de bacalhau chegaram juntos.
Composto de torradinhas, ovos de codorna com molho 'thousand island', manteiga, queijo derretido, terrine (ou patê) e um tipo de berinjela fria...passou muito longe do que poderia esperar o menos avisado dos mortais.
As torradinhas, feitas com massa de pão francês, estavam aeradas em excesso e pouco crocantes.
O queijo foi servido num pires de xícara (até agora não entendi a proposta)... e o patê era comum. A 'pobre' berinjela poderia ficar no ponto de ônibus do shopping, sem deixar ninguém órfão.
Como EU estou decidido a não usar lugares como o Antiquarius para experimentações gastronômicas, fui no óbvio.
Para compensar o desapontamento do couvert, bolinhos de bacalhau PERFEITOS...no tamanho, sabor, ponto da fritura, temperatura, sal e relação do pescado com batatas. UMA AULA!!!
Assim, com enorme desejo de ser feliz, bebia meu Chaminé e comia entradinhas.
Na portaria de casa, já tinha o pedido pronto: arroz de pato e doces de ovos...e não me deixaria levar por nenhuma influência pueril que pudesse me privar da rota do ouro.
O caldo...transformado em creme...envolvia os grãos de arroz com a absoluta genialidade de sempre. O pato tinha a textura que se espera do melhor restaurante do Rio.
A garrafa de vinho era menor que minha sede, mas não havia no orçamento previsão para 1,5 litros de vinho!!!
Tudo muitíssimo correto...atenção na medida exata.
Gente por perto, mas nenhum chato querendo puxar papo.
Achei que tivesse deixando alguns grãozinhos na panelinha que trouxe o risoto até nós.
NADA, o que não impediu o Antiquarius de mostrar sua verve: prontamente, o Maitre estava providenciando mais, não fosse minha insistência em dizer que não era necessário. FICOU A DELICADEZA DO GESTO.
Meu professor Robson dizia que a sobremesa PRECISA SER o momento inesquecível de uma refeição...
...e no Antiquarius, aplicar a máxima, é quase fácil.
INIGUALÁVEIS...encharcada, toucinho do céu e pastel de Belém...grandes clássicos para assinar o 'statement' do fabuloso restaurante que consegue levar, de ponta a ponta, uma lauta e perfeita refeição.
Cafés quentes e atenção e carinho até o fim.
Em resumo: o Antiquarius é uma escola...e se você tem qualquer pretensão de entender de restaurante, use seus cobrinhos para investir no 'benchmark' da CIDADE MARAVILHOSA!!!
Qual o nome dele???? ANTIQUARIUS, prazer em conhecê-los.
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