Um grito eufórico ecoa do
canto da mesa:
"É
lógico...É lógico. Mete o cacete
do bode na sala!”
Como
em qualquer história, a razão nunca se esconde.
Na
falta de 'TU', a melhor defesa é o ataque.
A
solução de uma crise aguda traz sempre um bode às Manchetes.
"Mete
o cacete do bode na sala!"...repetia o perturbado
assessor.
Dito
e feito. Rapidamente, e sem vacilação, a cúpula vai a campo.
Articulações,
cubos de gelo e Scotch. Vozes alteradas.
Ameaças.
Muitas ameaças.
Horas
de enorme tensão.
De
repente, a luz do dia se mostra.
Faz-se
manhã.
Da
madrugada, a ira perdeu espaço.
Alívio. O
lampejo colossal daquele bode ia salvar 'O País'.
Notícias
de outra greve em São Paulo se alastram como vírus.
"Pararam
geral", branda aquele assessor.
Imagens
da greve escalam o tom do dia.
PERTURBADOR!
"Idosos
sofrem com falta de ônibus", diz um narrador.
"Jovem
perde entrevista de emprego", repete a experiente repórter.
"Mulher
não consegue chegar à consulta médica", anuncia o famoso âncora da TV.
"Perfeito"..."Perfeito"...repetia
a exaustão o desfigurado assessor.
48
horas de TERROR URBANO.
UMA
FESTA DO ABSURDO.
"Tirem
o bode. Tirem o bode. Tá na hora. Tirem o bode da sala"...gritava
o enfurecido assessor.
Voltam
a campo os articuladores.
Vozes
mais tranquilas.
Um
tipo de tensão controlada.
Realização.
Muita realização.
MANCHETE: 'ÔNIBUS VOLTAM A CIRCULAR. POPULAÇÃO
APLAUDE!
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