Tema delicado.
Na onda do
uso 'sem censura' de uma palavra única, o amor virou pó.
Amamos, com
generosa intensidade, celulares e camisolas.
Amamos
batons e barras de chocolate.
Amamos,
também, bolsas e Coca-Colas.
Amamos....amamos
tudo que queremos amar.
Amamos dizer
que amamos.
Amamos
quando amamos um objeto.
Amamos o
objeto.
Amamos amar
o que nunca foi amor.
Sem saber,
amamos sem amar.
DESAMAMOS!
E desamados,
somos seres sem amor.
Sem amor,
todos os sentimentos - do amor - desaparecem.
E sem eles,
e desamados, o que somos?
Somos uma
planta, ainda verde, ainda planta, mas sem flores.
Somos sem
flores.
Somos sem
Romeu e sem Julieta.
Somos sem
Jorge e sem Zélia.
Somos sem
Sartre e sem Simone.
Somos
verdes, ainda plantas, ainda vivos, mas sem flores.
Somos sem
flores.
Somos sem aromas.
Somos sem
essência.
Somos sem
alma.
Sem amor,
somos planta, viva, verde, e sem flores.
Eu te dou
uma rosa.
A rosa sem
espinhos e gloriosa.
Te dou,
porque te dou, o que me sobra: te dou o meu amor!
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